não pra agora... a saudade

Não quero nada além do que eu mereça...

Não posso pedir... reclamar...

Posso implorar se preciso for...

Nada de ficção... até gosto em certos momentos... Mas...

Prefiro as verdades...

Quero vida real... turbulenta... correria... adrenalina...

A vida boêmia não deixa as rugas se sobressaírem na pele...

Os porres... o barulho da madrugada...

As danças escondidas por entre os casais...

O carro... as amantes... os parceiros de bar... de festas... churrascadas...

Os amigos instantâneos... Também nos mostram o que queremos ou não ser e viver...

O dinheiro... Pessoas ao redor... Dá um certo poder...

A alma jovem...

O corpo saudável...

Nada faz parar um coração que é jovem... dá força pro corpo inteiro...

Nada mais interessa...

Eu quero a vida real...

Não pretendo pra já as memórias... as histórias... os risos...

As lembranças... Deverei ter tempo pra elas na velhice do corpo e aí eu sorrirei... mas pra agora não...

Nada de dor ao fechar os olhos e construir imagens do foi, não foi ou poderia ter sido...

A vida real é bela mesmo que calejada, chorada, gritada ou sofrida...

A vida real é bela porque é enfrentada...

Quero tempo... sempre e sempre mais...

Quero presença... incômoda ou silenciosa...

Perturbadora ou carinhosa... No meu campo de visão...

Quero cuidados de um rei...

Quero toque... olhar e ver... tocar e sentir...

A tua presença me anima a vida...

Quero-a sempre...