Há quem assista o mundo em preto e branco e não veja
graça no colorido e nas formas que o universo possa nos apresentar. Há que não
consiga descobrir a beleza das linhas nas asas de um pássaro ou mesmo a
sincronia ou a força necessária para que elas possam reinventar-se em cada voo.
Poder olhar a cachoeira ou a montanha, os animais todos desta nossa região, a
fauna e a flora abrindo-se majestosa para colorir os olhos e a mente de um
pensador, no nosso caso, de um professor.
Isso não é apenas
matemática, não apenas a geometria, não apenas a poesia que poderá formar-se
nestas bases do conhecimento cultural de um lugar ou de um artista, não apenas
na estática fotografia, mas no momento vivo que ela conseguiu capturar.
Não está apenas na geografia,
os lugares, as curvas, os montes, a inspiração toda da localização, o exato
lugar onde nos encontramos para este trabalho, ou talvez na história desta
cidade, em todas as lendas, no folclore, na cultura e nos costumes, no fato
histórico e marcante de outrora que nos trouxe até aqui, ou talvez na
filosofia, nos pensares deste povo, na crítica, na política, no povoamento, nos
questionamentos todos que fizeram acontecer o dia-a-dia e as lembranças
escritas até aqui, transformando as ideologias deste povo.
A criação de um projeto vai muito
além de um trabalho a ser apresentado para a conclusão de um curso, seja ele
qual for; há uma necessidade incontrolável de apaixonar-se por uma ideia e
coloca-la em prática, sem a paixão não há possibilidade de incluir-se num tempo
como este a ser resgatado agora.
O que pensavam na década de 60, o
que usavam? Roupas, acessórios, pensamentos... A vida desta época vai com toda
a certeza refletir na vida contemporânea, então como explicar a sensação causada
pelas músicas MPB, pela busca da liberdade sendo cantada aos ventos do Brasil
contagiando ainda hoje grande parte da população, com as obras de arte das
exposições paridas na Semana de 22 por exemplo, ainda vivas e revividas e
reinventadas por artistas dessa época atual.
Como reunir as descobertas e o
contexto histórico e geográfico? Como então, trabalhar a Arte, como Arte, como
Literatura e dentro destas disciplinas fazer renascer o concretismo e tanta
poesia nova, inspirada no antigo, não no velho, no início de tudo, já que estes
movimentos e artistas plásticos e artistas da palavra, em seus poemas poderão
representar tais épocas.
A interdisciplinariedade nasce, no
momento em que o projeto é pensado no coletivo, mas vai muito além, quando o
projeto é encarado de maneira integral, cada disciplina vai integrando o que há
de melhor, que fora vivido naquele instante, seria uma releitura da vida nos
anos 60 e assim sucessivamente até encontrar o dia que amanhece hoje; e então
perguntar-se se o vivido na época tem conexão direta com o vivido hoje.
O projeto contará então com a
pesquisa do contexto histórico, fatos interessantes da década de 60 que
motivaram os artistas, o que viviam naquele momento os artistas e as pessoas
comuns. Quais fatos históricos marcaram a época e como foram desencadeados.
A Matemática trará uma visão “exata”
de como as obras destas duas personalidades conseguiram captar elementos
geométricos e os pontos centrais dessas obras e para aprender é preciso
construir então as figuras geométricas para exposição.
A disciplina de arte centraliza o
projeto com o estudo das obras, dos artista e com a releitura dos fatos
marcantes, dos temas abordados e das experiências do passado e do presente.
A Língua Portuguesa de certa forma
completa todo o projeto, tendo em vista que a base de todos os estudos estará
na Literatura e nos estudos dos autores e de suas obras deste período, nas
poesias concretistas, na poesia em formas, o Cubismo e a poesia concreta e
também no estudo do texto O Sonho de Pedrinho”.
Todas estas disciplinas e outras
mais que desejarem colocar-se neste projeto deverão ter em mente ações de
pesquisa não só de Ligya Clark e Hélio Oiticcica, mas uma pesquisa também dentro
da sua comunidade escolar, para um resgate cultural precioso neste flashback de
seus antepassados. Conhecer a realidade de nosso avós e de todas as pessoas que
viveram a década de 60 no município e resgatar fotos, cartas, documentos,
pinturas, poesias, textos diversificados, depoimentos, filmagens, ídolos da
época, canções, os estudos feitos e registrados, as pesquisas, a escola se
existia ou não e qual era a realidade, as descobertas e muito mais.
A Exposição sonhada para finalizar o
trabalho não deverá ater-se apenas a esses dois artistas, mas será também um
momento de compromisso em resgatar a identidade de sua comunidade.
Estas fotos serão digitalizadas e
passarão a contar as histórias dos munícipes através de imagens no telão.
Como então atingir e mobilizar os
conhecimentos de todas as áreas do trabalho, cultura, ciência e tecnologia?
Através dos estudos e da pesquisa da
sua comunidade. Estes relatos e entrevistas trarão a luz ao trabalho de nossos
queridos conterrâneos na formação da cidade de Santa Cecília, que hoje tem 57
anos de Emancipação Politica.Elevado a categoria de município com a denominação
de Santa Cecília pela lei estadual numero 348, de 21de junho de 1958,
desmembrando de Curitibanos.
Estes
fatos históricos são relevantes para o estudo, bem como as empresas que se
instalaram aqui ao longo do tempo.
Sendo assim, além do estudo aqui
descrito, teremos:
-
Exposição dos Parangolés durante o recreio (14/05/15);
-
Construção do biombo para a visitação dos alunos e releitura da obra de Lygia
Clark. (15/05/15).
- Em
junho uma exposição de Arte das obras de Lygia Clark e Hélio Oiticcica;
- Em
setembro o encerramento dos trabalhos com homenagem ao Fundador do Museu Sr
Floresnal Granemann, com declamações de poesias e mural de fotos antigas
cedidas pelo fotógrafo Mario dos Santos.
Este curso não apenas abriu novos
horizontes para o trabalho interdisciplinar, como também reuniu professores das
diversas áreas num trabalho coletivo e interessantíssimo, cada um com suas
ideais trabalhando por um ideal “a descoberta do ensino-aprendizagem” de
maneira mais colorida e mais viva.